Perdeu a FLIP 2024? Te ajudo! Aqui vai um resumão com as coisas que mais chamaram a atenção na Festa Literária Internacional de Paraty ❤️
Uma mesa favorita: tenho a minha. Qual foi a sua?
Sem sombra de dúvidas, a mesa “Da poeira que viemos” era a que mais estava esperando para assistir, uma conversa entre a da escritora Eliana Alves Cruz e Léonora Miano, com mediação de Adriana Ferreira Silva- clique aqui para assistir.
Meu primeiro contato com a literatura da Eliana foi em um clube do livro que participo em Sorocaba, o da Livraria Nobel, mediado pelas queridas Ari e Cris. Solitária foi um livro que mexeu muito comigo, não só pelo conteúdo e forma, mas principalmente pela escritora.
O estilo de escrita, a criatividade que Eliana teve ao dividir os capítulos, o momento de narrador não óbvio e a sensação de que já tinha visto aquela história em algum lugar.
Nessa breve pesquisa, também descobri que a Eliana, além de escritora, é jornalista. Me lembro da felicidade que fiquei em perceber que este também era um caminho possível para mim, sabe?
E foi exatamente essa a pergunta que fiz para Eliana quando peguei a fila para ter meu livro autografado: “Eliana, quando você percebeu que tinha deixado de ser jornalista para ser escritora?”. Ela me respondeu: “Eu não deixei de ser. Na verdade o jornalismo só me ajudou a me manter escrevendo. Você se mantém escrevendo, Gabi?”. Ela não viu, mas saí dali com o olho cheio de água 🥹

com a musa jornalista e escritora Eliana Alves Cruz
Três escritoras que estavam na minha programação e que amei ouvir
- Luciany Aparecida – conversou com sua editora Fernanda Dias sobre o livro Mata Doce, com mediação da jornalista Emily Almeida, da Piauí, na Casa de Histórias. Foi muito legal conhecer detalhes da edição do romance, curiosidades e mais da história da Luciany. Mata Doce mostra traumas coloniais, mas, ao mesmo tempo, traz memórias afetivas e ancestrais de uma forma impactante.
- Jana Viscardi e Amara Moira – assisti à mesa “A língua viva”, com mediação da jornalista Cris Fibe, também na Casa de Histórias. Que mistura boa! Jana tem uma energia caótica, ela é engraçada e contagiante. Amara falou sobre seu lançamento, Neca, e o sonho de, um dia, traduzir Shakespeare para o pajubá. Maravilhosas que subvertem a linguagem 💅🏻
- Andrea Del Fuego – ai ai… eu amo essa mulher 🫶🏼 como não estar perto de Andrea e não ficar suspirando? Já leu Andrea? Se não, feche este texto e comece agora – garanto que você não vai se arrepender! Uma fofoca que Andrea me contou enquanto estava assinando meu livro: vai ter oficina presencial dela em breve em uma cidade de montanha bem propícia à escrita. Quando souber a fofoca completa, volto para contar 😂
Três escritoras que não estavam na minha programação, mas que amei conhecer
- Bethânia Pires Amaro: a mesa “Mulheres da coragem”, na Casa Record foi uma das minhas favoritas. Bethânia falou sobre seu livro “O Ninho” e garantiu um dos momentos mais fofos até então: sua bebê circulando nos braços do marido enquanto ela falava sobre coragem e literatura. Inspiração demais! Mais uma indicação certeira da amiga Ari 📝
- Clarice Freire: na mesma mesa de Bethânia estava Clarice. A primeira vez que ouvi falar sobre ela foi por meio de Marcelino. Em oficina, ele nos contava de um livro em que o narrador era o tempo. Confesso que não tinha me ligado que a Clarice era ela, até ouvi-la lendo um trecho do livro. Me emocionei quando ela falou sobre o apoio da família e do marido ❤️
- Julia Dantas: ela é escritora, tradutora, editora, professora e mais um tantão de coisas que estou descobrindo. A Julia criou o blog “Diário da pandemia”, com relatos de mais de duzentas pessoas e que, mais tarde, inspirou a criação do blog “Diário da enchente”, com testemunhos da maior tragédia climática do RS. Em uma das mesas oficiais, Julia disse: “Escrever era meu único barco possível” 🥲
A FLIP em números*
- Taxa de ocupação das pousadas: 95% (fonte: Secretaria de Turismo)
- Estimativa de visitantes em Paraty: 27-30 mil (fonte: Polícia Militar e Prefeitura)
- Números de views no Youtube: 53.206 (2024) x 25 mil no Youtube 2023 x 18 mil no YouTube 2022
- 600 mil contas impactadas no Instagram
- Incentivo aprovado na Lei Rouanet: R$ 15 milhões
- Captado via Lei Rouanet até o momento: R$ 5 milhões
- Outras captações até o momento: R$ 4,4 milhões (projeção)
- Custo da 22ª Flip: R$ 10 milhões

Édouard Louis, um dos escritores mais requisitados da FLIP 24
5 Livros mais vendidos:
A Alma encantadora das ruas – João do Rio
A mais recôndita memória dos homens – Mohamed Mbougar Sarr
Quero estar acordado quando morrer – Atef Abu Saif
Descolonizando afetos – Geni Núñez
10 personalidades mais vendidas:
João do Rio
Édouard Louis
Luiz Antonio Simas
Geni Núñez
Mohamed Mbougar Sarr
Carla Madeira
Mariana Salomão Carrara
Jeferson Tenório
Han Kang (a ganhadora do Nobel de Literatura ❤️)
Ilaria Gaspari
5 mesas incríveis para assistir (fora as que já mencionei acima)
- Mesa 12: Não existe mais lá – Atef Abu Saif e Julia Dantas
- Mesa 15: A eterna guerra dos sexos – Jazmina Barrera e Ligia Gonçalves Diniz
- Mesa 17: A memória dos homens – Mohamed Mbougar Sarr e Jeferson Tenório
- Mesa 18: Anatomia do futuro – Édouard Louis
- Mesa 19: Invenção e linguagem: o romance segue – Carla Madeira, Silvana Tavano e Mariana Salomão Carrara
FLIP 2025: temos datas?
E aí, a FLIP será em julho no ano que vem? A resposta da organização foi: depende! Mauro Munhoz explicou que a data depende da possibilidade de antecipação de patrocínios: “se pelo menos metade dos contratos for assinada até o fim deste ano, a feira será na primeira semana de agosto. Caso contrário, pode ser na primeira ou na terceira semana de outubro” – estamos de olho!
*Informações da coletiva de imprensa pós evento

Obrigada FLIP, até ano que vem!
Para terminar, só posso dizer que mesmo aqui, em casa, escrevendo agora essas palavras, pisando em um chão real, teclando em um computador real, vivendo a “vida real”, ainda desconfio se, de fato, voltei.