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Como os sentimentos ditos “menos nobres” influenciam produções que vão além da literatura?

Eis que Raphael Montes estreia sua primeira novela “Beleza Fatal” – original MAX– e a internet vai a loucura! O motivo do surto coletivo? Acredito que são muitos, mas, sem dúvidas, é impossível não se envolver com a receita de uma trama que tem – veja só – a VINGANÇA como principal condutor.

E, é claro, o molho que só Raphael Montes sabe como entregar de forma autêntica em suas criações: uma história com viradas, toques de mistério, sensualidade (vou usar essa palavra pelo horário!) e personagens que entregam muitas e muitas camadas de complexidade e carisma.

Ué, e não é assim mesmo que a vida acontece? Seria a justiça a fantasia da vingança? Mudando de assunto… (ou, nem tanto!)

Mamãe voltou? 👹

No comecinho de fevereiro, no intervalo do Grammy, Lady Gaga provocou um alvoroço com o lançamento do clipe de Abracadabra 🔮 Em entrevista para a Revista Elle, Gaga falou sobre a construção conceitual da produção – mas é inegável que existe um trabalho de criação muito baseado em sentimentos duais de luz e sombra.

Poderia falar sobre o refrão quase como um feitiço que gruda na cabeça, poderia falar da coreografia mágica com 50 dançarinos, poderia falar sobre essa artista visionária que reinventa os próprios elementos de sua imagem, tornando-se cada vez mais e mais icônica, poderia falar sobre este banquete auditivo da música pop – MAS, vou me ater a falar sobre letra, sobre composição, sobre escrita.

Aqui, Gaga desenha um cenário ~creepy com os elementos de uma narrativa que se baseia no olhar para si, ao encarar suas dualidades, sem esconder os tais sentimentos considerados pouco nobres. Dance ou morra, ou, como uma interpretação pessoal: seja você ou deixe morrer.

Será mesmo que precisamos fingir que isso não existe? Será um pecado escrever sobre nossos momentos de sombra? Será mesmo que é saudável negar que estes sentimentos existem em qualquer pessoa? 🤔

E já que estamos falando de música… como não mencionar Kendrick Lamar – que causou no intervalo do Super Bowl e o assunto rende fevereiro a dentro. A escolha de Samuel L. Jackson como Tim Sam, Serena Williams no crip-walk, um colar nada discreto com a letra “a” (só quem sabe, sabe kkk) e, ao fundo, o som de Not Like Us.

Ok Gabi, e o que isso tem a ver com o tema dessa edição? TUDO 🙃

É que essa apresentação já se consolidou como um hino do hip-hop contemporâneo, e não estou nem falando sobre todo o contexto contra Drake, mas, sobretudo, me refiro à construção de frases que questionam o que se passa neste momento nos EUA e no mundo.

“A revolução está prestes a ser televisionada, você escolheu a hora certa, mas o cara errado”. Game over! Para não virar uma tese (mas poderia!), não vou entrar em detalhes, mas se quiser saber mais sobre, assista este vídeo do Humberto.

É fascinante pensar na escrita baseada em sensações – e, pq não, incluir os sentimentos como raiva, vingança, tristeza, indignação, descontentamento, questionamento – enfim, aspectos que são combustível na criação de ícones de expressão no audiovisual, na música, na literatura ou na arte como um todo.

“metal algum pode cavar mais do que a pá da palavra”.

Hilda Hilst

Me conta aí, você já usou de alguma dessas sensações para escrever? De qualquer forma, vale lembrar: escrever é essa coragem. Partir de um ponto, passar pela vírgula, pausa ou chegar em lugar algum. Desejo mesmo não chegar. Continuar vagando.

Até mais!

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gabrielle-albuquerque

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